domingo, maio 07, 2006

Para mim, não havia dinheiro, mas....

Em 2002 eu tinha um contrato de avença com um hospital público (Hospital de Egas Moniz). Esse contrato durava há mais de 3 anos.
Nesse ano, apresentou-se naquele hospital, um indivíduo, vindo para desempenhar as funções Director Financeiro, que era simultaneamente Director da Informática doutro hospital público – Hospital de Santa Marta. Isto é, desempenhava funções em dois Hospitais públicos, nunca eu tendo conseguido averiguar se estava legal. Pedi posteriormente averiguação ao Ministro da Saúde de então, disseram que me haviam de dar uma resposta, mas nunca o fizeram.
Estou a falar dum senhor que dá pelo nome de Carlos Costa, perdão Dr., porque foi pelo facto de eu não o tratar dessa maneira que fiquei “desempregado”.
Achei tudo aquilo um pouco esquisito – refiro-me ao facto de ser director duma Direcção Financeira -, dado que o indivíduo era licenciado em Direito. Bem, mas adiante.
Dado que o indivíduo nem por senhor me tratava, um dia tive de o corrigir, tendo o mesmo decidido pôr fim ao meu contrato de avença, dado que não lhe lambi os pés.
Recentemente, como por mero acaso, dei com a pessoa como Director Financeiro do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento.
Isto é, movimenta-se demasiado bem e depressa pelas largas avenidas do Estado, não acham?
Na discussão acesa que tive com ele antes do mesmo me “despedir”, disse-me que o Hospital não tinha dinheiro para me pagar uma avença. Disse-me ainda que as avenças na função pública eram somente para os advogados. Ora, bem. O que é facto é que para o meu lugar entraram umas três pessoas.
Eu pergunto: Não havia dinheiro para me pagar a minha avença, mas tinha o Estado dinheiro para lhe pagar dois vencimentos?
A bem dizer este aborígene deu-me cabo da vida. Mas, em democracia, principalmente nesta democracia podre, temos de comer e calar?

Bem, mas vocês não acham que é de desconfiar, de alguém que consegue trabalhar em pouco mais de um ano, em três instituições diferentes.

Vítor Monteiro